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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 2 de maio de 2024
 

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Mensagem: O maior orador sacro HAROLDO LIVIO A imprensa noticia que Dom Antonio de Almeida Moraes Júnior, nosso ex-bispo diocesano e ex-arcebispo de Olinda e Recife, e mais tarde de Niterói, está bastante idoso, enfermo e vivendo com dificuldade, dependendo, para sobreviver, de duas irmãs, como ele carentes de recursos. Sensibilizado com a situação precária do ilustre dignitário da Igreja de Roma, o presidente da República enviou projeto de lei ao Congresso Nacional concedendo-lhe pensão especial de dois salários mínimos, a fim de aliviar suas condições de subsistência, atualmente agravada pela necessidade constante de assistência médica. Dois salários, realmente, é pouco para quem muito necessita e já prestou relevantes serviços ao país, mas, não se pode negar que o gesto do governo encerra uma lição de generosidade e de respeito aos valores eternos, que a traça não destrói e o ladrão não rouba, na afirmação bíblica. Há poucos dias, na seção Daqui e Dali, Waldyr Senna Batista narrou , com riqueza de detalhes, a trajetória de Dom Antonio pelo firmamento de nossa diocese, e deu verdadeira aula prática de astronomia, porque sua passagem pelo nosso bispado foi breve e agitada como a passagem de um cometa. O articulista descreveu, concisamente, o meteórico episcopado, esquecendo-se, contudo, de registrar que o venerando prelado é autor de treze obras publicadas e é membro da Academia Mineira de Letras, tendo sido, há poucos anos, já avelhantado, aclamado pelos bispos do mundo inteiro, reunidos em Roma, como o maior orador sacro da primeira sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, falando em latim. Causa até vertigem, agora, pensar que esse monumento de saber e virtudes peregrinas tenha sido um dia o pastor de nossa humilde diocese sertaneja. Ora, um religioso dessa estirpe deveria ter feito carreira na Santa Sé, onde poderia ter prestado serviços de maior monta à causa que abraçou e dignificou, como um verdadeiro apóstolo do Evangelho. No entanto, em toda sua grandeza de espírito privilegiado, cultivava a plantinha da humildade. Quem sabia de todas as ciências, como ele, costumava ir assistir às aulas, assentado entre os alunos do Colégio Diocesano, e fingindo-se ignorante, fazia perguntas ao professor,para que os estudantes aprendessem a perguntar e tirar melhor proveito da aula.Em seu comentário, o articulista dispensou-se de comentar sobre a melancólica partida de Dom Antonio, desta cidade, numa madrugada fria, com apenas meia dúzia de amigos comparecendo para dar-lhe o adeus do rebanho ao pastor. Águas passadas não rodam moinho, principalmente quando se trata de um ex-missionário que pregou a palavra do amor e do perdão. A prefeitura de Montes Claros, segundo me adiantou o prefeito Luiz Tadeu Leite, vai examinar a possibilidade de também integrar a corrente de solidariedade em favor de Dom Antonio, que conheceu os pináculos da glória e hoje, pobre,doente e alquebrado pela idade provecta, precisa da ajuda de todos os seus irmãos. Seria uma vergonha para a nação, e particularmente para as dioceses que pastoreou, permitir que uma das mais elevadas expressões da cultura brasileira e emérito servidor do Verbo Divino não tenha as condições mínimas para viver o ocaso de sua vida com a dignidade de um cidadão comum, que cumpriu seu dever e merece a retribuição da sociedade. Não se trata, portanto, de conceder-lhe a esmola da caridade, que humilha e santifica, mas, de retribuir-lhe pelos serviços prestados ao Cristianismo e à Humanidade. (Publicado n`O Jornal de Montes Claros, em 29.07.1984)

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