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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 1 de maio de 2024
 

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Mensagem: MORRINHOS, O QUE SÃO HOJE? José Prates Quando tomei conhecimento da reforma que foi feita na Igreja dos Morrinhos e sua entrega àquela comunidade católica, voltei ao passado. Naquele tempo, meio século atrás, ninguém, sequer sonhava com os Morrinhos de hoje, centro da cidade, com casas modernas em ruas pavimentadas. Era um lugar distante do centro, pitoresco que mostrava vaidoso, a cidade a seus pés. Era uma época que em Montes Claros, naturalmente com pouca diferença do que é hoje, não havia muita opção de lazer e os Morrinhos estavam entre as poucas que existiam. Aos domingos, indo a pé, muitas pessoas principalmente casais de namorados devidamente acompanhados, de mãos entrelaçadas e o brilho no olhar emprestando a tudo um toque romântico, exalando o perfume inebriante do amor inocente, iam aos morrinhos para momentos de descontração num contato direto com a natureza nua, respirando o ar puro. A Igrejinha humilde, de portas abertas mostrando a beleza de seus altares, era um convite à oração que somente “os mais velhos” aceitavam. Outro lugar para um pouco de diversão aos domingos, era a Praça de Esportes onde famílias se encontravam em alegres piqueniques, permitindo que as crianças brincassem nos aparelhos ou se divertissem em correrias pelos gramados. Fora disso, as matinês nos cinemas; o “footing” na Rua Quinze e na Praça Cel Ribeiro ou o futebol no campo do Ateneu. O resto eram os bares com cadeiras nas calçadas com “bate-papo” regado a cerveja e “januária”. Nos dias úteis, a diversão preferida da moçada era ir à Estação ferroviária na hora da chegada do trem. Esperar quem? Ninguém. Apenas para ver quem saia e quem chegava. Montes Claros, creio que desde sua fundação, foi sempre dedicada às atividades econômicas. Assim nasceu assim cresceu. Hoje, não sei como está. Creio que pouco deve ter mudado nessa área, porque leio os seus jornais, principalmente este mural e não vejo nada que diga respeito a locais de lazer. O comercio é a vocação montesclarense e está presente em tudo, inclusive nos morrinhos, hoje centro, incorporados ao burburinho do comercio. Os morrinhos pitorescos, palco de confissões amorosas de namorados apaixonados, morreram afogados na avalanche de povo que lhe pisoteia no dia a dia do comercio. Dos morrinhos pitorescos e poéticos, resta a beleza da Igrejinha, de portas abertas convidando à oração pelos antigos freqüentadores que gozaram a beleza e a poesia dos morrinhos de ontem e, hoje, descansam no além. (José Prates, 81 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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