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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 15 de maio de 2024
 

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Mensagem: Seguindo a Coluna Jornal ´Hoje em Dia´ - Manoel Hygino dos Santos Eis um batel de bons livros à leitura. Nada melhor para concluir o ano e ´curtir´ o restante da primavera e do possivelmente inclemente calor do Verão que se aproxima. Como, há dias, escrevi sobre ´Nos Confins do Sertão da Farinha Podre´, de Mário Lara, atrai-me agora um tema antigo, mas não esgotado: a Coluna Prestes. Dário Teixeira Cotrim, professor universitário, autor de vários bons livros, integrante de prestigiosas academias de Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e de Minas Gerais, publicou ´O laço húngaro: Uma estratégia militar bem sucedida´, que focaliza o golpe que o antigo oficial do exército brasileiro deu nas tropas legalistas que o combatiam no interior do país naquele remoto fim dos anos 20. Em primeiro lugar, é preciso enfatizar: não se trata apenas de trabalho de pesquisa documental, porque o autor conhece e percorreu grande parte das terras percorridas pelo capitão e seus homens. Muito já escreveu sobre a Coluna, chegando-se não raras vezes à conclusão de que a grande marcha nada resultou de concreto em benefício do Brasil e de seu povo. Para se entender melhor o objetivo daqueles milhares de brasileiros que se ergueram contra o governo constituído, presidido por Artur Bernardes, seria útil evocar o pensamento de Juarez Távora, transcrito no começo do livro: ´A revolta é o último dos direitos a que deve um povo livre para salvaguardar os interesses coletivos; mas é também o mais imperioso dos deveres impostos aos verdadeiros cidadãos´. Prestes somente se converteria ao comunismo anos após, quando chegou à convicção de que a revolução e o ideário de 1930 não correspondiam aos anseios e às necessidades mais caras do povo brasileiro. Ficou suficientemente clara sua posição em manifesto que então assinou. Daniel Antunes Júnior, do IHGMG, em prefácio lança luzes sobre a motivação da campanha, que exigiu de cerca de 900 homens percorrerem o Brasil, durante 647 dias, de 1924 a 1927, em deslocamentos contínuos. O prefaciador lança perguntas presentes à memória dos brasileiros até hoje: ´Mas, afinal, que pretendia mesmo a tenentista Coluna Prestes? Salvar a Pátria? Corrigir as mazelas da vida política nacional? Promover, ou propiciar, direta ou indiretamente, o desenvolvimento econômico-social do país? Melhorar as condições de vida de nosso povo?´ O que conseguiu? Dário descreve os fatos, os avanços e retrocessos dos homens de Prestes, sua disposição de luta, colhe documentos, consegue fotos de lugares percorridos pelo grupo, o sentimento e pensamento das populações, como elas se comportavam diante dos revolucionários e de suas exigências. É mais, assim, do que o ´laço húngaro´, uma estratégia que Prestes utilizou para escapar dos contingentes legalistas, em pleno sertão. Algumas versões da ´santidade´ dos homens de Prestes são desfeitas por depoimentos que somente agora, em parte, se publica. O Laço Húngaro foi, inegavelmente, um sucesso. ´Os homens do Laço, foram submetidos a uma manobra espetacular que desorientava os seus inimigos. Então, o bravo capitão Prestes alvidrou e depois determinou a execução dessa manobra. Do ponto em que se achava, aproveitando o luar de uma noite enxuta, ele dirigiu os seus comandados para uma região montanhosa e, numa fuga espetacular, ganhava o mundo´. O próprio Prestes conta como foi a operação. Entre os relatos dos fatos, o de Abdênago Lisboa, de Salinas, pelos quais se percebe como ´a criatividade humana chega ao extremo, a descrição destes e daqueles desatinos, com os revoltosos, matando gente e, até jogando crianças para cima e aparando-as nas pontas de punhais´. De qualquer modo, um livro que vale a pena ser conhecido, para apagar ou esclarecer descrições inverossímeis sobre os acontecimentos. É a serena e necessária busca da verdade, numa deliciosa viagem em grande parte dos 26 mil quilômetros de idas e vindas pelo interior brasileiro, como comenta Wanderlino Arruda.

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