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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 5 de maio de 2024
 

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Mensagem: O POLO DE CONFECÇÕES
Jose Prates
A possibilidade que se instale em Montes Claros um pólo de confecções de vestuários, abrangendo 1500 famílias, sem dúvida nenhuma é algo alviçareiro, principalmente agora que o país e o mundo amargam uma crise que ameaça a todos, cujos resultados só Deus sabe. Que eu saiba, a cidade não tem experiência nesse sistema de trabalho, porque não é uma atividade comum que encontra registro na história do seu desenvolvimento econômico, haja vista que nunca tivemos qualquer coisa nesse ramo que pudesse chamar de industria de vestuário. Aliás, o que existia era o preconceito da “roupa feita”. O costume era comprar o tecido e levar à costureira ou ao alfaiate para “costurar” segundo o modelo encontrado na revista de modas. Bem. Isso passou, vivemos outra época e a notícia que nos chega trazida pelo Waldyr Sena, é algo maravilhoso pelo que representa para Montes Claros neste momento de dificuldades que atinge o mundo dos negócios. São 1500 famílias, segundo a notícia. O que isto representa em termos de novos empregos, quando o que se ouve falar é em demissões? São 7500 novos empregos; 7500 pessoas trabalhando tranqüilas e tranqüilas mantendo suas famílias. “As mães de família, as filhas em idade adequada, que não acompanham os maridos e pais, não ficariam mais ociosas”, diz o artigo. Estariam em casa, ocupadas em produzir, com remuneração adequada capaz de satisfazer as necessidades próprias ou, quem sabe, auxiliar na manutenção da família.
Esse projeto é de um grupo sul coreano radicado em São Paulo, mas, o sistema de utilização da mão de obra doméstica veio da China. Foi graças a esse sistema que se verificou o extraordinário crescimento sustentado da economia chinesa por mais de duas décadas, sem dúvidas, uma das maiores transformações da economia e da política internacional. Seu desenvolvimento econômico, utilizando como “vantagem comparativa” enorme reserva de mão de obra barata, a converteu num centro, por excelência, da produção manufatureira, transformando cada residência num prosseguimento da fábrica. Hoje, esse procedimento não está restrito à industria de vestuário, embora tenha sido nela o seu inicio. Algumas indústrias de importância já utilizam o mesmo sistema de mão de obra. No ano passado, segundo os noticiários da imprensa especializada, esses êxitos e o espetacular aumento de suas importações, que cresceram em 40% ao longo do ano, converteram-na em um dos dois motores da recuperação da economia mundial.
Ainda não é um sistema plenamente aceito e aplicado em nosso meio, embora isto se verifique com regular freqüência em algumas cidades do país, ainda timidamente. No Estado de São Paulo, mesmo na capital; no Estado do Rio de Janeiro, principalmente na Baixada Fluminense, centenas de famílias ocupam o seu tempo nas confecções de roupas para as fabricas. Recebem as peças cortadas. O trabalho é costurá-las. É um trabalho digno, rentável, que não impede a dona de casa dos seus afazeres domésticos nem lhe afasta dos filhos pequenos, se os tiver. Nesse caso, existe o compromisso da produção, mas, não existem subordinação nem horário de trabalho a ser cumprido por obrigação. É um trabalho autônomo com remuneração condigna.
Existe para o empregador a vantagem da isenção dos encargos trabalhistas como INSS, PIS/PASEP, FGTS e outros porque não existem os requisitos que caracterizam a condição de empregado, como subordinação, horário de trabalho, dependência econômica, não eventualidade, etc. cabendo ao trabalhador, como autônomo, o custeio dos seus encargos sociais. Isto é vantajoso tanto para o trabalhador quanto para o empresário que poderá dispor de melhores recursos para pagamento da prestação de serviço autônoma e a aposentadoria ficará a critério do trabalhador que a custeará dentro do que lhe for conveniente.
Outro fato que nos chamou atenção no artigo de Waldyr, foi a criação da Associação de promoção e assistência social APAS, uma entidade quase anônima, como diz ele, mas de grande importância, Com certeza, uma associação desse tipo criada e mantida pela administração municipal, com a presidência e orientação da primeira dama do município, é de uma grande importância para a cidade que passa a ter um órgão capacitado a promover a qualificação profissional do trabalhador para o mercado de trabalho, coisa que em poucos lugares existe. Não sei se isto foi no apagar das luzes da administração passada e não sei, também, hoje, a quantas anda essa associação que representa um marco na assistência ao jovem que acaba de sair do ninho e tenta o primeiro vôo.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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