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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 18 de maio de 2024
 

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Mensagem: TERNA E ETERNA

Benedito SAID

Yvonne Silveira é eterna. Terno foi o agradecimento que ela fez àqueles que lembraram do transcurso de seus 94 anos de amor, no final do ano passado. Mas deixou incrustado no texto uma ponta de medo diante da festa: “inesperada e grande alegria, que me deixou até medrosa, com o mau pensamento de que seria o último. Passou”. Montes Claros é que deveria tremer. Yvonne é flor que não se pode deixar de cheirar, pura sinestesia para se tocar. Yvonne é amor que não se deve deixar de amar. Yvonne é corpo de saber que se evoca para exemplificar aos jovens chegantes que o mundo tem um jeito nobre para seguir adiante. Ela é nobreza sem armas ou pó, antídoto contra as dilacerações das almas de escuridão impenetrável, local onde simulacros de seres cultivam o agouro da intemperança. Yvonne é modelo do seguir, da travessia, arquétipo de como absorver o que a vida não quer dar sem cultivar o rancor ou resignação dos que vão pelo caminho da dor. Ela transforma o ardor em dádivas prazerosas, espargindo do turíbulo ritualístico preso ao coração os ares melífluos de existência plena.
A primeira vez que Yvonne Silveira foi declamar um poema, por insistência do pai farmacêutico, ela era bem pequenininha. Ela havia queimado a mão ou perna com um ferro de brasa, quando a empregada da casa rodava o antigo utensílio ao vento para que ele ficasse pronto para passar roupa. Na hora da solenidade, alguém tocou na queimadura e as lágrimas vieram em público. Foi aplaudida do mesmo jeito. Nasceu professora, cresceu mestra. Fez história na educação primária em Brejo das Almas, para onde se mudou depois da falência do pai, que caiu jogando cartas. Saiu de Montes Claros que tinha até energia elétrica e foi mocinha para um templo movido a velas. Sem as vaidades comuns ao tempo atual, se embrenhou pelas lucarnas das casas sedentas de luz e se tornou o brilho próprio, tendo a Educação como estandarte, à frente e ao lado dos séquitos que lutam por um mundo sempre melhor. É gostoso tê-la como referência, alma nascente a ofuscar o pôr-do-sol porque nunca será poente.
Willian Young descreve Jesus como o membro da Trindade que é mais próximo dos homens. Alguém diz compreender que todas as estradas levam a Jesus, mas o Cristo responde, através de Young: “a maioria das estradas não leva a lugar nenhum. O que isso significa é que eu viajarei por qualquer estrada para encontrar vocês”. É a Jesus que recorremos para proteger nossa Yvonne e seja qual for a estrada por onde ela seguir, Ele vai encontrá-la para dois dedos de prosa, procurar detalhes sobre a Academia, saber como anda a literatura pós-moderna, se Olintho continua renovando votos de casamento e amor eternos, se tem saudade de Francisco Sá, o Brejo das Almas, ou da antiga Escola Normal e da Fafil, cujo casarão agora é reformado. Ao final, lerá, antes de dormir, um provérbio (10,22): “A bênção do Senhor é que enriquece; e não acrescenta dores”. Abençoada seja Yvonne. Eterna terna luz.

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